domingo, 29 de junho de 2008

Férias de verao - 2008 (parte 1)

Agora em junho o autor saiu em férias com a família.

Dessa vez deixaram o carro na garagem de casa, aproveitaram uma promoção da Ryanair.



Como de costume saíram de casa em cima da hora, rindo e tirando sarro.

Os 3 andando rápido com mochila nas costas em direção ao ponto de ônibus para pegar o circular 1 em direção à estação de trem. De là pegaram o circular 6 para o aeroporto de Treviso.

Logo depois do desembarque em Bremen, decidiram alugar um carro. Foram até o setor do aeroporto em que havia uma serie de balcões de rent a car. E pesquisaram em busca do menor preço.



Eles estavam com os ingressos ja comprados para o Hurricane festival, que aconteceria em Scheessel (uma cidadezinha de interior, entre Bremen e Hamburgo) dali a 3 dias.

O festival é um dos mais famosos festivais de verão da Europa, claro que nem tanto quanto Glastonbury, Roskilde, Reading ou Benicasim, mas, mesmo assim, grande.

Estavam preparados para acampar durante todo o festival, levaram barraca e sacos de dormir...


Então, como tinham ainda 3 dias antes do festival, decidiram aproveitar esse tempo para conhecer um pouquinho o Benelux, naquele esquema on the road...



Saíram todos faceiros no Fox alugado (0 km, aliás), em direção à Holanda.





Antes de saírem de Bremen passaram no Lidl (rede de supermercados alemã, de baixo custo, hoje presente em boa parte da Europa) para comprar agua e ingredientes para lanche.



Chegaram em Amsterdan depois de 3 horas de viagem: bom indicio. Ainda mais porque o sol brilhava forte até pelo menos as 22:50!



Amsterdan é uma cidade efervescente, um nightclub gigante ao ar livre, cheia de canais, vielas e construções baixas e tortas.

Boa parte do centro é tomada pela zona da luz vermelha, que lhes pareceu muito maior do que imaginavam.

Incrível como numa quarta-feira à noite todo o centro da cidade consegue ficar aceso e fervendo até às 3 ou 4 da manha! Quarta-feira...



Saindo de Amsterdan percorreram um pouco do litoral, Rotterdam e Breda.



Depois da Holanda rumaram para a Bélgica.

Depois de passar por algumas cidades, entre elas Antuerpia, entraram em Bruxelas. Como de costume, ao entrar numa cidade de carro, o autor percorreu boa parte do centro, num tipo de reconhecimento do local.

Antes mesmo de descerem do carro, para caminhar pelas ruas do centro da cidade, aconteceu o imprevisto.

Saindo de uma rotatória, a batida.



Horas perdidas, primeiro com o susto do impacto; os dois carros embaraçados se arrastando no meio da rua; o motorista do outro carro (um senhor marroquino) descontrolado repetindo num tom intimidatorio em francês "e agora?!", "e agora?!"; as tentativas - nao muito produtivas - de comunicação; depois a chegada do filho dele - que felizmente falava inglês; as ligações para a filial belga da agencia para informar sobre a batida; a chegada da policia; a pequena - e nesse caso usual - confusão decorrente; a partida, primeiro da policia (o policial se despediu do autor com aquele sorriso de canto, acenando e desejando boas ferias), e logo depois do outro motorista e seu filho; a chegada do guincho mandado pela filial belga (o motorista - que dava demonstrações de estar radiante de felicidade - tentou nos reanimar, servindo de guia turístico enquanto nos levava até a garagem da filial belga da agencia; sorrindo e nos contando a vida dele - claro, em francês (com algumas palavras em italiano - a mulher dele é italiana); a retirada de outro carro - maior, mais bonito e mais caro (o pessoal da agencia disse que não seria cobrado a mais por isso, disseram que o único valor a ser cobrado a mais do que a diária seria a franquia do seguro por causa do acidente)...

E tudo isso numa chuva insistente...



Acabaram desistindo de dedicar um tempo maior para Bruxelas, acabaram visitando alguns pontos turísticos, mas de forma rápida e quase desolada...



Foram parar em Luxemburgo, a cidade-paìs. O paìs todo tem uma área menor do que a do município paranaense de Tibagi...

Luxemburgo, a cidade, é o tipo de cidade utópica. Sim, ao menos à primeira vista.
Tudo bonito, limpo, bem cuidado.
Ficaram abismados com o pequeno parque do centro da cidade, uma belíssima área verde de um ou dois quarteirões, com mini-lago, ruinas restauradas, ciclovia, verde (muito bem cuidado), sem grades, com abertura ao público 24 horas por dia.



De Luxemburgo voltaram à Alemanha, passando por Bonn, Dusseldorf e Munster.
De volta em Bremen devolveram o (segundo) carro e tiveram o cartão de crédito esfaqueado (a tal franquia pelo acidente em Bruxelas foi bem salgada).

De Bremen pegaram o trem para Scheessel, a estação estava tomada por punks e alternativos em geral, todos rindo e/ou bebendo e/ou carregados de barraca, saco de dormir etc.
Já naquele momento era possível sentir a atmosfera de um grande festival de verão europeu de rock.



Ao descerem, na estação de Scheessel, nao precisaram se preocupar com que direção tomar, bastava seguir o fluxo.
Aquilo tudo parecia uma cidade, de tão grande. Uma cidade louca.

A primeira coisa que fizeram foi montar a barraca.
Depois foram dar uma olhada num dos palcos - dando de cara com um show bizarro: Deichkind, um bando de alemães barbados com "roupas" ridículas pulando para lá e para cá "cantando" em alemão com inglês macarrônico (quase todas as letras pareciam ter algo relacionado com sexo ou drogas) em cima de bases eletrônicas pré-gravadas. O mais engraçado era ver que o lance era bem famoso por lá, todo mundo dançando e cantando junto. E pior (ou nem tanto), as tais bases eram bem legais.
Voltaram para a barraca, para descansar um pouco.
Antes de dormir o autor programou o celular para despertar, para o show do Chemical Brothers.
Claro, ele não escutou o despertador, foi acordado pelo filho, quase sem querer.
Correram e acabaram pegando a segunda metade do show...
Depois passaram na tenda eletrônica e voltaram para a barraca dormir.
No dia seguinte eles até assistiram alguns shows legais, mas no ultimo dia é que aconteceriam os shows mais legais do festival!



A vida no festival era “engraçada”.

O dia começava com o sol bem forte, que, batendo diretamente na barraca, transformava seus ocupantes em frangos assados dentro de fornos de padaria. Não havia vento ou sombra. Ou seja, mesmo que você quisesse dormir até tarde, seria impossível.
Então você sai da barraca, e apesar do sol agora bater diretamente em você (trazendo aquele bronze...), pelo menos há ar, uma leve brisa (ou é você que inventa que há brisa, afinal qualquer coisa é melhor do que aquele forno), e vai em direção aos containers que servem de banheiros/vestiários/bebedouros.
O que você vê já de longe? Fila.
Filas enormes de junkies e/ou grunges etc com toalhas e/ou lata de cerveja na mão...
Depois disso você vai procurar algo para comer. Todos os carrinhos tem fila (pois é, não existe algo minimamente parecido com restaurante ou mesmo lanchonete por lá), e oferecem quase que somente frituras, e a preços indignos.

O que fizeram então? Foram andando até o centro de Scheessel procurar um mercado. Ao sair pensaram que seriam os únicos a ter essa idéia.
No caminho foram impedidos pela polícia de pegar uma rua, sabe-se lá porque. Havia três pessoas que tentavam seguir a mesma direção, e que também foram impedidas (mas eles tinham uma vantagem e tanto: falavam alemão), e se ofereceram de guia (eram moradores de Scheessel, iam ao Hurricane todo ano), e dali até o centro foram falando e rindo.
Compraram o que queriam e voltaram.
Ah, perceberam duas coisas:
1 – A cidadezinha estava repleta de malucos! Ou seja, não foram os únicos.
2- Os 3 mercados da cidade não tinham nem mesmo uma latinha de cerveja à venda!



Mas voltando ao dia-a-dia do acampamento, depois de comer você tem duas opções, antes de poder entrar na parte dos palcos (que só abre uma hora antes do início dos shows): voltar para a barraca/forno; ou ficar vagando.
Pois é, o que você vê vagando de um lado para o outro naquela imensidão de grama seca e curta que formava uma ilha entre mares de barracas? Loucos.
Sério, o pessoal lá faz lembrar mesmo aquela imagem viking de ser. De um lado tinha um campinho de futebol: um dos times estava com camiseta azul e todos os “jogadores” davam mostras de estarem devidamente chapados, o outro time era composto por ursos. Sim, todos os jogadores vestiam fantasias de ursos, naquele calor. 
Do outro lado você escutava gritos e urros e gargalhadas e assobios vindos de um aglomerado, caminhando naquela direção dava a impressão que era alguém fazendo algum tipo de malabarismo para uma roda gigante de gente.
Ledo engano.
Saca Coração Valente ou Conan? Então, eram dois aglomerados de gente, dispostos em duas linhas, uma de frente para a outra, com uns barris no meio.
Um “jogador”, de uma das frentes, jogava uma bola em direção aos barris, e se acertava algum, todos os “jogadores” da outra frente bebiam cerveja sem parar até que o arremessador recolocasse o barril acertado na posição inicial. Aí gritavam stop, com os olhos arregalados feito vikings. 
E vice e versa. Enfim, era um vira-vira gigante.

O mais inusitado é que em teoria se trata de um jogo sem fim, ou pelo menos sem que nenhum jogador honesto possa saber qual a frente vencedora, visto que cada vez mais gente ia saindo de fininho (depois de secar algumas latinhas) ou literalmente caindo pelos cantos...

Os portões se abrem e os shows começam, aquela multidão andando para todas as direções, nunca viram tanta poeira (estou me referindo à terra seca), ficaram sabendo que uma tradição do Hurricane é a chuva...
Ficaram indecisos qual seria pior, poeira ou lama? Ainda mais depois que no meio do Notwist ou do Calexico começou a cair um principio de chuva...
O nariz ficava quase sempre entupido, e ao tirar a famosa meleca, você percebia que a cor dela era preta. Sim, preta. E se você tivesse coragem suficiente para enrolar a meleca você podia perceber os pequenos grãos de areia. E se você tivesse mais coragem ainda, e cheirasse a meleca, você sentiria cheiro de terra.

Enfim, muitos dos shows eram muito legais e isso fazia valer a pena.
Outra coisa que fazia valer a pena mesmo era ver toda aquela gente feliz, aquele clima de liberdade etc.

O relógio aponta as 2 ou 3 da manhã, os shows estão acabando (ou já acabaram), é hora de votar para a barraca. Então você pensa que enfim vai descansar em um lugar menos sujo e menos barulhento.

Eis que você lembra que escolheu o campo mais próximo da tenda de discotecagem (que funciona até os primeiros raios de sol da manha!), e que sua barraca fica perto de la, e que bem ao lado da sua barraca tem um grupo de umas 4 ou 5 barracas (composto por alemães, ingleses e holandeses) que faz uma zona capaz de fazer levantar Lázaro.
Você entra na barraca e sente cheiro de cerveja. E deita escutando clássicos do rock e hinos indie (vindos da tenda) e urros, gritos e risadas (vindos dos vizinhos).
E então você se sente mais jovem.



A seguir a lista dos melhores shows:
1 – Radiohead
2 – Bat for Lashes
3 – Chemical Brothers
4 – Elbow
5 – Black Rebel Motorcyle Club
6 – Digitalism
7 – Wombats
8 – Foo Fighters
9 – British Sea Power
10 – Deichkind
11 – Calexico
12 – Notwist
13 – Pigeon Detectives
14 – Slut
15 – Sigur Ros
16 – Oceansize
17 – Foals
18 – Kaiser Chiefs
19 – The (international) Noise Conspiracy
20 – Enemy



Outro espetáculo foi o dia seguinte à última noite de shows, isto é o dia em que todos deveriam ir embora: uma ventania forte “cuidando” das barracas que foram deixadas para trás.



O avião de volta para casa so iria decolar do aeroporto de Bremen dois dias depois. O que fazer? Acabaram descartando a opção aluguel de carro. Ficaram por Bremen mesmo, no albergue da juventude.

Ah, o time dos ursos ganhou.

Um comentário:

She Python disse...

que vina* é essa????
*curitibes: xalxixón

vcs sao OTEMOSSSSSSSSSSSSSSSS!