No ônibus que peguei em Presidente Prudente, com destino a Cascavel, tinha gente de todo tipo e nos bancos próximos ao meu tinha um pessoal animado, conversando e rindo, desde Porto Velho (!).
Na primeira parada, no extremo oeste do estado de São Paulo em algum lugar próximo à divisa com o Paraná, me senti num faroeste.
O posto de gasolina era totalmente isolado, parecia uma ilha num mar de plantações. O restaurante era enorme e estava quase vazio.
Logo na entrada encontrei uma grande prateleira repleta de DVDs, todos piratas (daqueles com capinha com impressão em jato de tinta com cartucho vazio), hehe.
Passando por Maringá avistei uma placa de trânsito indicando o bairro Morangueirinha e lembrei do amigo Flavio.
Perto de Campo Mourão quem me telefona? O grande Luis Paulo. Depois de anos sem contato, ali no meio da noite, dentro de um ônibus cruzando o Paraná. Amizade de verdade é assim.
Cheguei de noite e acabei me hospedando no hotel em frente à rodoviária.
No dia seguinte, domingo, fui às Cataratas do Iguaçu. O ônibus de Cascavel até Foz do Iguaçu foi parando em todos os vilarejos no caminho, fazendo uma viagem de menos de uma hora se transformar numa travessia de quase 3 horas. Em cada parada continuava subindo gente, a ponto de num determinado momento já haver gente de pé (num ônibus de viagem!). E o calor estava forte, apesar de estarmos em maio. Mas foi legal assim mesmo: Tudo novidade, clima on the road.
Em Foz peguei um táxi que me levou diretamente ao portão do parque, fui conversando com o motorista, perguntando sobre a cidade, sobre o parque, as cataratas, as fronteiras, e ele foi me mostrando e apresentando lugares.
A entrada externa do parque não diz muito, parece a entrada de algum horto, ou de um zoológico.
Depois de passar pela bilheteria que começa o turbilhão.
Peguei o ônibus e sentei no andar de cima. Logo quando começa a pequena viagem me emociono com a estrada, completamente fechada pela mata atlântica. Só sobra o espaço justo para o ônibus passar, como se fosse um pequeno túnel!
O passeio em direção às famosas cataratas continua por dentro de um imenso parque imerso na mata atlântica. Além da estrada não há quase nada que não seja natural. Floresta fechada e animais silvestres pelo caminho etc.
Na última parada, antes mesmo de descer do ônibus, já era possível escutar o barulho das quedas d’água.
As fotos falam por si.
Depois de percorrer as passagens e passarelas, subindo e descendo escadas e elevador, vaguei um pouco por entre as trilhas...
Que lugar!
Quem já ouviu/leu o que faço e/ou fiz por ai durante muito tempo, em termos artísticos, deve saber como esse tipo de passeio me toca.
Segunda depois do almoço o coordenador do curso de comunicação social da FAG veio me buscar no hotel e me levou para uma volta pela cidade, depois fomos até a faculdade. Depois de me apresentar muita gente (inclusive o reitor!), fui acompanhado até o auditório e preparei o notebook e o projetor.
A FAG é a faculdade mais chic que eu já vi, tudo brilhando, moderno, mais parecia um shopping center, fiquei imaginando quanto dinheiro teria sido investido naquele campus... Inclusive aquele clima “interior-burguês” eu tive a impressão de encontrar em Cascavel.
A palestra foi boa, engraçada.
Depois fomos até uma pizzaria e outra ótima surpresa para mim: encontrei um lugar com pizza tão boa quanto São Paulo! A pizza que comi em Cascavel não fica devendo nada para as melhores que já comi em São Paulo. E a pizza de São Paulo é a melhor que já comi na vida.
Eu sei, você deve estar se perguntando “como alguém que mora na Itália tem coragem de dizer que a melhor pizza é a de São Paulo?”, pois infelizmente é assim.
Aliás, com duas exceções: As cidades de Mantova e Pompéia, onde provei pizzas quase tão boas como as de São Paulo.
Na manha seguinte fechei a conta no hotel, atravessei a rua e peguei o ônibus para Curitiba.
Os agradecimentos aqui vão para a professora Patrícia e para o professor Lucas.
Um comentário:
Oi, Bruno
Peço sua ajuda para sanar minhas dúvidas: Acabo de obter a certidão de nascimento do meu avô italiano e já montei toda a papelada. Estamos pensando - eu, meus irmãos e meus primos - em ir à Itália, pedir a cidadania diretamente lá.
Gostaria de saber:
1. Se SÓ com o visto de turista pode-se pedir a cidadania (li em algum lugar que só quem estiver MORANDO legalmente lá é que pode)?
2. É preciso ficar lá até o final do processo (tem gente que trabalha aqui e não pode ficar mais de um mês por lá)? Ou pode-se requerer, voltar ao Brasil e receber a informação, documento ou seja lá o que for pelo correio?
3. Meu avô nasceu em Canosa di Puglia, uma pequena cidade do Sudeste, perto de Bari. Se eu pedir diretamente lá é mais fácil e rápido do que se pedir em outro lugar? Ou dá na mesma?
4. Tenho um primo que atualmente é "secretário municipal de esportes" numa cidade no Norte, perto de Mantova. Se eu entrar com os documentos nessa cidade, você acha que ele poderia ajudar em algo para acelerar o processo? Ou seria melhor entrar mesmo em Canosa direto?
5. Para entrar com o processo lá, após um tradutor juramentado traduzir as certidões brasileiras (aqui), é preciso fazer mais alguma coisa com elas?
6. Meu direito à cidadania segue a linha: meu avô italiano -> minha mãe brasileira -> eu, nascido depois de 48; só que minha avó também era italiana, mas não consegui a certidão de nascimento dela (que, ao final das contas, seria irrelevante nesse meu direito). Li em algum lugar que se a avó tb for italiana, sua certidão tb deverá ser anexada.
Você acha que a falta desse documento poderia causar algum problema?
Agradeço de antemão a gentileza das suas respostas. Abs Percy (percyrossi@terra.com.br)
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